Um avatar do que sonhamos ser
Tem sido muito pensado neste século do espaço cibernético a
questão do valor da tecnologia da informação, quando ponderado contra a
possibilidade de uma existência mais simples e com mais felicidade.
Qual é o papel da informação eletrônica neste grande dilema
do ser humano atual. Quanto da
informação se orienta para uma inteligência coletiva e quanto para uma inteligência de competição
individual e organizacional. E quanto se
orienta para a felicidade do ser humano na simplicidade dos seus espaços reais
de convivência. Espaços do simples e doce sentimento da existência.
Domina o agir atual um fatalismo de agregação de valor
individual, que quer determinar o curso dos acontecimentos como fixado e
impossível de ser alterado. Esta imobilidade silente transforma o pensar em
público em algo escondido, subversivo,
sem esperança e infeliz.
A convivência atual acontece virtualmente em uma realidade
paralela de salas de discussão e mensagens eletrônicas; os jovens preferem a
comunicação instantânea de
"torpedos" do “WhatsApp” para conviver e relatar no momento da vivência
sua vida aos companheiros. A troca de sentimentos e informação vem sendo reprimida, pois necessita de uma presença fisica de cercania. Cada vez mais a opção de uma vivência escondida se mostra nesta
nova tecnologia da informação como a dos "Chats", o
"Facebook", o "Twitter", os "Podcasts" e os RSS.
Uma secunda vida se tornou possível em uma outra realidade.
Qual o limite dos em ambientes virtuais de convivência
ou do pensar colaborativo. Sempre me
preocupou refletir sobre qual é o limite da tecnologia, ou a partir de que
ponto este conjunto de conhecimentos e princípios deixa de ter interesse social.
Penso que é quando a tecnologia deixa
de trabalhar em benefício do indivíduo e volta para lhe causar
problemas. As novas tecnologias de informação de tão intensas produzem,
também, medo, pois ao aumentar os
poderes do homem o transformam no objeto da ação destes poderes, principalmente
quando: O doce sentimento da existência é vivido por nosso outro; um
avatar do que sonhamos ser. Uma vivência sem presença.
Aldo Barreto
dez 2014