Morreu Douglas Engelbart.
“Put crêpe bows round the white necks of the public doves”
“Put crêpe bows round the white necks of the public doves”
Douglas Engelbart foi um pesquisador conhecido por ter
inventado o mouse e por ser um pioneiro na interação entre humanos e
computadores; sua equipe desenvolveu o hipertexto, computadores em rede e as
precursoras interfaces gráficas. Em
1945, enquanto esperava a dispensa do serviço militar em um hospital leu um
artigo de uma revista que o fascinou: "As we may think" de Vannevar
Bush que discutia o futuro emprego das
máquinas como complemento do intelecto humano. Este artigo ligado à sua
experiência como técnico em radares moldou a forma como Engelbart veio a
imaginar os computadores e a forma como estes deveriam mostrar a informação.
Em 1963 abriu o laboratório que chamou de “Augmentation
Research” o primeiro ambiente integrado para processamento de ideias e
tecnologias voltado para "aumentar" a capacidade intelectual. De 1968
a 1970 apresentou uma série de inovações como sistemas hipertextuais de
associação dinâmica e a colaboração social em rede. Em 1970 Engelbart revelou a interface que
permitiria ao homem entrar no ciberespaço através da tela do seu computador: o mouse.
A aumentação revela as possibilidades de incrementar a capacidade criadora pela
possibilidade de desenvolver a capacidade para expressar emoções e sentimentos.
Com vigor de potência
a interface para a realidade do ciberespaço permite existir com a liberdade
incorpórea em uma vivência mediada por
scrips: instruções criadas para dar incremento a sensação de plasticidade
gráfico-visual. Uma expectativa maquinal de suscitar um desejo de prolongamento
ou renovação da conexão criando um espaço que permitia uma ajuda aos sentidos
que refreia um imaginário por "default" e como que apaga memórias
passadas e estéticas futuras tal a força do presente na interface visual.
Douglas Engelbart participou de duas invenções fundamentais
para a vivencia virtual: o mouse, que facilitou o uso da interface gráfica, e o
hipertexto um invento essencial à navegação na web. O mouse tirou o usuário de
uma interconexão de teclado para virtualmente colocá-lo na tela do computador
Em uma entrevista, Doug fala sobre o nascimento da internet :
Quem batizou o mouse com esse nome? - Bill English costumava
me perguntar isso e eu sempre dizia que um garoto do interior como eu jamais
pensaria em batizar esse equipamento. O curioso é que ninguém da nossa equipe
se lembra de quem teve a ideia de chamá-lo de mouse. Começamos a construir
novos protótipos e usá-los o tempo todo, mas sempre imaginamos que um dia ele
ganharia um nome digno. É como inventar
um carro muito interessante e todo mundo comentar sobre suas rodas. Mas essa
fama também me trouxe benefícios. A Logitech, a maior fabricante de mouses, me
abriga em seu escritório há 12 anos. Seria muito solitário trabalhar em casa.
- Eu tive muita sorte de conviver com as primeiras pessoas a
falar sobre a arquitetura da internet. Meu computador de pesquisas foi o
segundo a se conectar a rede Arpanet, como era chamada a precursora da
internet. Ela foi desenvolvida com o objetivo de ser um instrumento de pesquisa
coletiva. A orientação era: se você tem um programa em sua máquina que eu possa
usar para calcular e eu tenho os dados, então podemos trabalhar juntos. As
pessoas não tinham essa noção de ambiente colaborativo que existe hoje.
- Atualmente estou envolvido em um projeto sobre ''links
implícitos'', um projeto onde cada palavra estaria ligada com sua definição no
dicionário. Estou tentando achar alguém
que possa trabalhar com a evolução das ferramentas para isso e também usá-las.
Espero isso há décadas.
Notas:
*Script aqui significa o conjunto de condições e de uma
lógica a ser seguida para realizar e manter uma conexão que ajudará o operante
na concentração do conteúdo a ser vivenciado.
Realidade aumentada:
Entrevista: http://www.youtube.com/watch?v=xQx-tuW9A4Q
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